terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Feliz Ano Novo




Nada de esperar. O segundo seguinte é sempre tão rápido quanto o que passou. A menina sorria enquanto via todos aqueles pássaros tão perto do sorriso daquele que está ao lado. E a frase mais bonita ela ouvia. Sim, disse em meio ao molhado do rosto que não continha as batidas fortes do coração. Sim. Aceito viver feliz todos os segundos que espero pulsando, aceito as lágrimas cobertas de amor, aceito os riscos de errar as receitas que elaboro, aceito os desafios dos sabores deliciosos dos vários cafés nespresso da cozinha, aceito as delícias de teus braços longos , teus carinhos ao fim do dia nos pés meus, tão cansados, aceito. Aceito viver como a criança que eu fui contando nos dedos quantos anos eu teria no ano 2000. Já se passaram 10. Aceito viver aqui, perto do mar. Aceito as diferenças, as qualidades, o carinho que faço com meus dedos entre teus fios. Aceito tudo. Eu topo. Já é.

De todas as coisas lindas criadas no mundo, de todos os bons sentimentos, que o amor seja sempre a mais humana. Essa sucessão de segundos que insiste em não parar (mesmo nos momentos que pedimos ao tudo ‘pára aqui, só um pouquinho’) é o que aperta entre as costelas da menina que ri. Quisera nunca ter tido medo da felicidade.

Gritava junto aos fogos da virada. Ria, olhava as ondas batendo nas pedras, brindava à alegria, sentia o vento na palma da mão, a água molhando o cabelo, os músculos contraindo com o sorriso, o pescoço relaxado, os olhos fechados, e o abraço silencioso, tenro, vivo. “Eu te amo” ele dizia. E a menina, sem medo, repetia.

Feliz ano Novo.