terça-feira, 20 de outubro de 2009

Os olhos da menina (pela menina que chora).


Se você sorrir ao passar e disser “tudo bem”, eu saberei que não está.
Se você der as mãos pra mim, limpas e lavadas, eu saberei o que se esconde sob sua pele.
Ao dizer-me “Bom dia” eu responderei “boa tarde” pois estarei à sua frente.
Se mentir for preciso, eu responderei com a verdade e esta talvez lhe doa.
Se receber um soco no estômago, nada farei, meu olhar te responderá como a pior agressão. Sua dor será maior.
E se me abraçares, estarei de olhos abertos olhando sobre seu ombro, pra dentro de você.
Porque eu sou como a obra que está no canto esquerdo da galeria e te provoco emoções fortes, porém sutis. Não sabes por qual entranha eu entro, simplesmente estou. E se de mim desviares os olhos e em seguida acenderes um cigarro, pode ter certeza que este será o fim. Tenho um raio dentro de mim. Tenho o mundo como uma página de um livro, fogo que arde e arrebenta ao universo. Eu sou, simplesmente. E nada além disso fará qualquer sentido.