sábado, 24 de janeiro de 2009

Memórias de uma carta extraviada.


Se as lágrimas separam nossos lábios grito ao mundo que se recolha em um grão de areia. Ouso enviar-te pragas, trovões, tempestades, tapas e ofensas. Vejo uma borboleta morta ao lado do pneu parado. Vejo-te chorar, te corto com os dentes até chegar ao teu mais fundo pesar. Eu grito. Eu tenho medo. Eu me perco dos sentidos e caminho. Dou as mãos ao tempo esperando uma resposta, a resposta não vem. Escuto-te como se não ouvisse, te toco como se não fosses meu, te beijo procurando nos teus cantos algum sentido. Mas não se machuque. Eu pouso delicados os dedos na tua face buscando um sorriso. O céu se abre quando sorris. Eu deito ao teu lado buscando o teu calor, me entrego aos teus longos braços e choro baixinho para que não percebas. Eu te amo. E se a vontade dos nossos corpos e, acima de tudo, das nossas almas for maior que a dor, que seja puro, novamente, o nosso amor.