terça-feira, 23 de setembro de 2008

A incapacidade de contar estrelas num triste fim de tarde.


Ola amigos!

Desculpem a demora e a ausencia de assentos. Por coincidencia, nao so a menina que ri anda pelo mundo, peguei a estrada e atravessei o planeta. Estou na India, filmando, vivendo, e refletindo muito. Danada da menina que previu essa viagem. Quanto mais eu fujo dela mais ela sorri. Beijos.



Do terraco do predio velho pensava que voava a menina. Ouvia canticos de vozes masculinas a Ala, por do sol do fim do dia em um bairro muculmano. Deitada no parapeito era o ceu que ela via. Sentiu vertigem.

Ventava em Chennai. Voava a menina.

`Dificil viver sem chao. Olhar para um ceu de distinta constelacao` e se atirava no nada, como se o ceu fosse um precipicio ao contrario. Sentiu medo a menina. Medo de, deitada no parapeito do terraco, cair para cima.

O canto acabou. O vento levanta a saia dos homens que caminham do templo a suas casas. O ceu teima no rosa dos raios cansados. Os corvos gritam na copa da arvore. `Que sentido se nao o viver? Grande merda a supergirl que cruza o mundo e agora voa no muro de um terraco pra descobrir que a pinta do lado do umbigo e a mesma em qualquer direcao que se va. Aqui, sem estrelas decifraveis, abracos vaos, pao de queijo com requeijao, a menina agradece ao silencio por doer a solidao. `Nada nem ninguem nesse mundo vale mais do que um grao`.