sexta-feira, 27 de junho de 2008


Menina abre a janela e vê passarinhos, doce Branca de Neve cantando pro sol que amanhece neste dia frio de junho. Ao contrário do conto não existem 7 homenzinhos, quem sabe o príncipe encantado, “isso fica mais pro fim da história” sorri cantado a menina que ri.
Ontem Bela Adormecida despertando com doces beijos de amor. E mais do que Bela Adormecida o abraço mais quente sob o cobertor mais macio do que peles de princesas em contos de fadas perdidos em livros empoeirados sobre estantes de escolas públicas. “Eu te amo” ouvia a menina com ramelas nos cantos dos olhos recém abertos. “Também te amo” sorri acordando a menina que ri.
Cinderela calçava o sapato na porta que dá pra rua mais colorida que tintas guache podem colorir. “Com um beijo me despeço, levo comigo teu cheiro e teu todo guardado no lado esquerdo de mim” pensava enquanto erguia o pé no abraço final daquele dia que começava, tinha que ir a menina. De all star branco sem cristais, sem glamour (ou carruagens que viram abóboras), sorri caminhando a menina que ri.
Dorothy menina pela estrada de pedras amarelas, caminhando do Humaitá até a casa em Ipanema pensava nos amigos e naquele que de sobra tem coração, cérebro e coragem. Nem homem de lata, espantalho ou leão. “Menino”, sorri pensando a menina que ri.
E, finalmente, de Rapunzel sem tranças, apenas a altura (1,73) e os cabelos loiros (luzes sobre o loiro escuro natural) ouve a voz do príncipe que lhe chama (no celular “estou na frente da sua casa”). Segura a ponta do vestido e desce correndo a curva das escadas, dribla o soldado (porteiro) e rompe as grades do portão. O menino lá, sorrindo, sobre o seu cavalo (bicicleta) “passei pra te dar um beijo”. Enquanto se abraçam a menina disfarçadamente espia sobre o ombro do menino e vê passar, dentro do ônibus que vai pra Gávea, os sete anões, as três fadas, outra fada, o mágico, a vovozinha, a fera e tantos outros, gritando, abanando e sorrindo num estardalhaço fenomenal. Menina ri. “Do que estás rindo?” pergunta o menino. “Nada” sorri amando a menina que ri.